Futuro do trabalho se conecta à inteligência emocional e à inteligência artificial
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Por Arthur Igreja: 2019 já começou
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23/10/2018
O Brasil tem a característica de ter ciclos econômicos dentro do ano calendário. Primeiro, a tradicional lentidão do começo do ano até o Carnaval, depois, a retomada até meados do ano, nova pausa em julho, e grande agitação até dezembro. Claro que existem variações na sazonalidade entre diferentes setores, mas o que quero chamar a atenção é sobre a quantidade de novos elementos que encontraremos em 2019 e sobre a importância de deixar a casa em ordem antes do merecido descanso.
Passamos por dois anos muito intensos e com grandes transformações, economia estagnada desde 2015, impeachment em 2016, paralisia com o escândalo JBL em 2017, greve dos caminhoneiros em 2018 e, por fim, as eleições. Nesses dois anos pouco se avançou nas reformas que o país tanto precisa e faltou um norte claro que trouxesse confiança para investimentos. A ansiedade e frustração agora podem se transformar em força motriz da recuperação, certamente teremos contratempos pelo caminho, porém é consenso de que já perdemos tempo demais.
Somado a isso, o mundo ainda desfruta de substancial crescimento que pode puxar investimento externo e exportações, basta estabelecer melhores relações comerciais e restabelecer a confiança.
O mundo não está esperando o Brasil amarrar o cadarço para correr, precisamos entender com mais presteza tais tendências e entrar na onda da economia do conhecimento
No campo das inovações, nada indica que o ritmo esteja diminuindo, muito pelo contrário. Tecnologias mais acessíveis estão democratizando o empreendedorismo e possibilitando saltos de produtividade, conhecimento e benefícios sociais. Sempre afirmo que o mundo não está esperando o Brasil amarrar o cadarço para correr, precisamos entender com mais presteza tais tendências e entrar na onda da economia do conhecimento.
Dito isso, meu conselho para empresários e profissionais é que aproveitem o final do ano para refletir sobre a estratégia para 2019. Com muita frequência vejo planejamentos sendo feitos em fevereiro e março, é como largar para os 100 metros rasos com segundos de atraso, é bem possível que não se recupere mais a distância perdida.
Recomendo que se tenha como prática reservar esse tempo para planejamento no fim do ano para que se possa celebrar com a família, já com a mente tranquila, de que o plano está traçado e não com a ansiedade de perceber que na virada do ano tudo se reinicia e o tempo ficará cada vez mais escasso.
Os vencedores de 2019 começam a ser definidos de agora até o fim do ano. Avalie o que deu certo, quais as mudanças econômicas e tecnológicas trarão impacto para sua empresa e principalmente, quais transformações o seu consumidor passará a enfrentar para melhor atendê-lo.
Bons negócios!
Arthur Igreja é um dos As da plataforma AAA, com Ricardo Amorim, do Manhattan Connection, e Allan Costa. Investidor anjo e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).